Qual é o perfil de quem trabalha em fundos de venture capital no Brasil? – Link


O desenvolvimento do ecossistema de startups brasiliano nos últimos anos não trouxe só oportunidades para quem deseja empreender ou trabalhar nessas empresas. Também permitiu que uma série de novos empregos fossem criados – porquê o de analistas de venture capital, os responsáveis por explorar centenas de startups e ajudar os sócios, que estão com a mão no numerário, a escolher quais apostas valem a pena. A partir de hoje, nascente grupo de profissionais terá uma associação para trocar informações e experiências, buscar mentoria e atrair novas caras. 

Chamada de Emerging VC Fellows, a iniciativa começou a ser gestada por funcionários de gestoras de venture capital pouco antes da pandemia, mas nasceu de vestimenta em conversas de grupos pelo WhatsApp, já na quarentena. Hoje, o grupo já tem 156 associados, de 60 gestoras – há quem esteja presente em casas que fazem cheques para companhias em estágio inicial, porquê a Ace, até fundos de cume porte, porquê o SoftBank. A flutuação, porém, ainda não é uma marca entre os profissionais. 

Troca de experiências e oportunidade de negócios entre diferentes fundos é um dos pilares da Emerging VC Fellows, diz Luiz Fernando Néto

Segundo dados do grupo cedidos com exclusividade ao , se fosse feito um retrato desse trabalhador, seria o de um varão, jovem e ainda no início de suas carreiras – 78% dos membros têm menos de dois anos na indústria e dois terços têm entre 18 e 25 anos de idade. Já as mulheres são 27% dos associados do grupo, que também tem um perfil bastante elitizado – quase metade dos membros é formado em Gestão de Empresas; 31% do totalidade se graduou na Instalação Getúlio Vargas (FGV-SP). 

“Nosso primeiro passo foi entender quem somos. Existe um perceptível padrão de onde vem os analistas, mas queremos mudar isso. A flutuação é uma bandeira nossa desde o dia 1”, diz Luiz Fernando Néto, um dos primeiros membros da Emerging VC Fellows. “É importante que a indústria tenha variação de pessoas e pensamento, até para escoltar a evolução do ecossistema porquê um todo”, diz ele, que é comentador de lucidez e operação na Ace. 

Na visão de Diane Zehil, que também faz secção do grupo desde seus primeiros passos, variedade não é somente uma bandeira – é também um pouco que faz os negócios serem melhores. “Pessoas que pensam de forma igual vão tomar decisões iguais sobre investimentos. Com o mesmo viés, é difícil enxergar dores de usuários diferentes, o que pode reduzir oportunidades importantes”, diz ela, que é colega de Néto na Ace, fazendo gestão de portfólio. 

Fluxo

Não é uma coincidência que os dois sejam colegas – uma conversa entre Diane e Luiz com um camarada que trabalhava em outro fundo deu início à inquietação que fez a Emerging VC Fellows subsistir. “Fizemos uma reunião e percebemos que poderia possuir muita oportunidade de impacto caso houvesse uma troca de informações ocasião entre as pessoas”, conta Diane. “Trocamos conhecimento de estudo, informações sobre empresas, isso é importante para o mercado.” 

Não que isso não acontecesse antes, mas de maneira informal – porquê em grupos de WhatsApp fechados. Com a geração da sociedade, espera-se que esse conhecimento fique cristalizado. “A indústria de venture capital é recente no Brasil, são poucas as conexões. No início, sofri com a falta de referências e achei que poderia ter mais colaboração”, diz Mártin Lima, que trabalha na Indicator Capital e se juntou ao Emerging VC Fellows nos seus primeiros dias. 

Uma das principais metas do grupo é a de entender melhor o que cada fundo analisa na hora de escolher uma startup – e perceber que uma empresa rejeitada em uma moradia pode se adequar muito à de outra. O grupo também sente que pode ajudar os empreendedores a se preparem para uma rodada de captação, calibrando suas apresentações para investidores. 

Outro pilar do Emerging VC Fellows é a de ampliar a troca de dados e histórias sobre o setor – quem tem mais experiência no mercado, por exemplo, pode ajudar quem acabou de iniciar a curso. “Nossa teoria é subir a barra entre os analistas”, diz Néto. “Não é uma iniciativa de uma empresa, é de todos para todos”, afirma ele, que acrescenta ainda que o trabalho da associação é 100% voluntário. 

Diane Zehil, membro do Emerging VC Fellows

Além da panela

Na visão de Lima, o trajo de que a indústria de venture capital ainda é jovem no Brasil permite que o grupo consiga gerar bastante impacto desde o início. “Com a força do nosso grupo, podemos ajudar a trazer variação, entrando em contato com faculdades além das queridinhas, porquê Poli, Insper ou FGV”, diz. 

A iniciativa também já inspirou o surgimento de outros grupos, porquê o Women in VCs, que conta também com sócias (partners, no jargão do setor) dentro. “Assim porquê o mercado financeiro, é um setor que ainda tem bastante discriminação, tem poucas mulheres tomando decisões, logo é importante ter esse diálogo”, diz Diane. 

Na visão dela, é difícil ainda explicar qual é a vocação que alguém precisa ter para entrar na dimensão – o setor tem profissionais egressos de diferentes disciplinas. “O importante, na minha visão, é ser versátil e ter vontade de querer mudar um pouco ou fabricar alguma coisa, transitando entre diferentes áreas”, diz. “Até porque num dia você pode ter de falar com um empreendedor de agro, em outro de logística, é importante ter perspectiva universal.” 

Para Rafael Ribeiro, diretor de operações da Bossa Novidade Investimentos, “o principal ponto da associação é mostrar que a profissão existe e sua valimento para os negócios, pois são esses profissionais que acabam trazendo retorno financeiro para os fundos.” Segundo o executivo, outro favor provável surgido do Emerging VC Fellows é o de conectar diferentes regiões do País, aumentando a possibilidade de empreendedores fora do eixo Sul-Sudeste encontrarem investidores. 

Já Felipe Matos, responsável do livro 10 Milénio Startups e colunista do , vê que a iniciativa indica o bom momento do cenário brasílico de startups. “A saúde de um ecossistema pode ser medida por quanto ele é colaborativo. É uma iniciativa que ajuda a correr o aprendizagem em uma profissão novidade”, diz. 

Para ele, a concorrência entre os fundos não será um proibitivo para a cooperação entre os profissionais. “Essa troca de informações já existe entre os gestores, a competição também. Mas o cenário de investimentos permite parcerias, é generalidade que vários fundos façam aportes juntos, logo a colaboração acaba sendo maior que a rivalidade.” 





Fonte