S que aprendi em uma semana usando um “dumbphone” em 2015

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-Tinha que ser branco e rosa? -Tinha

Há uns dez dias, fui assaltado e, depois de um “perdeu, passa o celular, playboy”, estava, novamente, sem meu aparelho Android, ficando exclusivamente com o cabo de meus fones de ouvido pendurados, sem uma ingressão para ligá-los. Como usuário de smartphones desde 2008 de uma forma ou outra (nessa estação, ainda com um Nokia E62, rodando Symbian S60), fiquei um pouco perplexo ao usar novamente um dumbphone – um aparelho totalmente cru, sem os apps e todas as outras ferramentas dos smartphones. Para ser mais específico, passei uma semana com um Blu Tank, branco e rosa, que tínhamos guardado nos confins do INFOlab. Ficam cá algumas impressões sobre o tempo que passei com ele.

1) Você precisa planejar TUDO

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Saudades dos mapas de papel?

Com um smartphone, você não deixa de ter coisas importantes das quais lembrar, mas sabe que isso não é estritamente necessário. Quando é o show? Quando é a data da prova? Qual o telefone daquela moçoila com quem eu ia transpor hoje? Onde fica o bar?

Todas essas perguntas são fáceis de responder (ou irrelevantes) com um smartphone. Vê-se a data da prova no e-mail, a do show no Google, o endereço do bar no Maps… E o telefone daquela moçoila? Mesmo sem o Whatsapp ou ligações, você certamente a tem adicionada no Facebook, o que funciona da mesma forma.

De repente, não se trata mais de procurar informações quando se precisa delas, mas de prever com antecedência quando elas serão necessárias.

2) Parece que ninguém liga para você

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SMS é uma coisa que você não vai mais receber

Não que alguém ligue para o tipo de celular que você usa, mas para qualquer pessoa acostumada com as notificações infinitas do dia-a-dia de um smartphone, a vida com um dumb é bastante solitária. Não há Facebook, não há Whatsapp, e-mails, atualizações de software, matches de Tinder. E isso tudo considerando que sou um usuário muito ligeiro de redes sociais; deixo o Instagram com as notificações desativadas, não possuo Twitter, Snapchat, nem tenho grande presença em fóruns ou no Reddit.

E isso não é zero ruim.

Logo você se sente retirando o celular do bolso um número menor de vezes. Sua vida simplesmente para de ter aquele siso de urgência a que você estava tão afeito.

3) Mas ligam sim. E muito

Isso é aterrorizante

Isso é aterrorizante

Não é porque a vida parece menos urgente que ela está, de indumento, assim. Ainda há pessoas correndo detrás de você por todos os motivos, alguns dos quais você precisa saber. Desde “Não esqueça de trazer aquilo que te pedi”, até “Franklin, a sarau miou, não venha mais”, dez minutos depois de você ter saído de lar.

Isso aconteceu mais nos dias em que passei sem celular qualquer, mas com todos se comunicando pelas redes sociais, você precisa que alguém se lembre que...

você é o único que não vai receber nenhuma dessas mensagens, o que nem sempre é o caso.

Por outro lado…

4) Muitas preocupações, mas bateria não é uma delas

Representação precisa do que senti na última semana

Representação precisa do que senti na última semana

Carreguei meu Blu (que usa um cabo mini-USB, por qualquer estranho motivo) numa quarta feira e passei o feriado com ele. Cinco dias depois, o mostrador de bateria (que indica exclusivamente 3 níveis) não tinha se movido. Foi um final de semana em que o utilizei porquê rebate, lanterna, além de vincular e mandar mensagens. A caixa diz que ele funcionaria por 30 dias com exclusivamente uma fardo e a semana que passei com ele me faz encarregar. A bateria possui 1800 mAh, 25% a mais do que um iPhone 4S, mas dura quase cinquenta vezes mais, simplesmente porque o Blu não faz muita coisa.

5) Esqueça as palavras “Conteúdo” ou “Mídia”

Muito, muito melhor do que o "F1 Race"

Muito, muito melhor do que o “F1 Race”

Qualquer smartphone Android vem com ao menos 8 GB de armazenamento extrínseco e um slot para cartão microSD. iPhones começam nos 16GB com os modelos mais baratos e vão até 128 GB. S Blu tinha 10K de memória livre. Isso não é suficiente para uma única foto de sua câmera com impressionante solução de 640×480 pixels. Durante uma noite do feriado, brincávamos com a câmera, diminuindo a solução para 320×240, tirando uma única foto, apagando, e tirando outra, em procura da foto perfeita. Sem descrever que o único jogo presente era um chamado “F1 Race”, onde você não controla um carrinho de fórmula 1 e não aposta corrida com ninguém.

Há um slot para microSD, mas não me preocupei com isso, por presumir demais. 1GB seria suficiente para alguns podcasts, dois ou três álbuns, mas os 10K serviram, somente, para boas risadas.

6) Smartphones básicos dão conta do recado

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Até onde eu sei, completamente irrelevante

Note que apesar de ter possuído um aparelho relativamente topo de risco (era um Xperia Z Ultra), minhas reclamações todas seriam resolvidas com qualquer smartphone, por mais imprescindível que seja. Não se trata de um processador super potente, de solução 1920×1080, 128 GB de armazenamento e câmera de 20 MP. Se trata de rodar apps, ter sinal de internet, manter contato com os amigos, fazer buscas e ouvir música. Todas coisas que um smartphone de menos de quinhentos reais faria.

Não que eu não vá gastar um pouco mais com meu próximo smartphone, mas a experiência de usar um celular extremamente capital em 2015, ao invés de me deixar traumatizado me fez questionar exatamente qual o motivo que faz com que se pague quase 4 000 reais num smartphone topo-de-risco. Meu próximo não custa mais de 1 000, e olha lá.

Por hora, estou usando um Lumia 800, rodando Windows Phone 7.8 (tem até o logo da Nokia!) que o Leonardo Veras me emprestou. E bastante feliz com isso.

Fonte:Gadgets INFO