Não é uma situação normal de home office, logo porquê trabalhar em lar? – Um Sisteminha Simples


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Não é preciso falar do contexto em que vivemos, porque não se fala de outra coisa ultimamente. E é justificado, é um momento muito complicado para o mundo todo e, para falar a verdade, ninguém sabe recta o que fazer, estamos tentando fazer o nosso melhor nas nossas áreas.

Eu sei que estamos vivendo situações ligeiramente diferentes, dependendo da cidade e do estado. Alguns com mais restrições, alguns com menos. Onde eu moro fechou tudo o que não é forçoso, inclusive com toque de recolher às 21h. Não é o foco cá discutir as restrições, mas sobre porquê a gente está se adaptando e porquê trabalhar de lar.

Primeiro, precisa permanecer muito evidente para todo mundo que não estamos vivendo em situação normal de home office. Para estrear um home office, você verifica se tem as condições necessárias para isso, se tem os equipamentos necessários, se há um envolvente propício para o trabalho, se a internet de lar está boa o suficiente e, o que acontece em muitas casas, se as crianças vão para a escola.

No momento atual, muitos foram exclusivamente deslocados para um home office no bom e velho estilo “se vira”. Estamos vivendo um momento de exceção, de adaptação. Não é somente uma pessoa da mansão que precisa de sossego e do computador para trabalhar, muitas vezes é necessário um revezamento. E além do mais, é a sua lar, precisa manter o trabalho todo funcionando, tem que manter a moradia, a limpeza, o almoço, os consertos de emergência… Coisas que seriam muito diferentes em um tempo, digamos, “normal”.

No que tudo isso implica? Implica que a produtividade não tem porquê ser a mesma de quando você estava trabalhando no escritório. Eu vejo várias pessoas (antes do confinamento) dizendo que rendem mais em home office, se organizam da forma em que acham melhor, ajustam horários e trabalham fundamentado nas demandas. Essa, definitivamente, não é uma veras provável para muitos no momento.

Notório, mas o trabalho precisa ser feito. Porquê a gente faz?

O trabalho precisa e será feito, espero. O que a gente precisa agora é de um pouco de compreensão. O desvelo com as pessoas está sendo feito, de uma forma ou de outra, se podem permanecer em mansão. Mas se estamos cuidando das pessoas, porque é necessário e é um momento de crise, precisamos pensar nas pessoas antes de todo o resto.

Se todos estamos vivendo em exceção, não dá para exigir a mesma ou ainda mais produtividade. Não dá para permanecer exigindo alguma coisa tão rígido, se antes seu funcionário comia um prato feito na esquina e agora tem que cozinhar o almoço para a família.

Algumas empresas, com o temor de que o funcionário não trabalhe, estão aumentando muito as exigências e reuniões exclusivamente para ver se os funcionários estão disponíveis o tempo todo. Sim, o tempo todo. Cobrando entregas até mesmo fora do trabalho, diversas reuniões para falarem zero por uma hora e muitas empresas resolveram produzir lives diárias para se mostrarem presentes para um público que não tinha contato com elas mais do que uma vez por semana…

É um momento de nos unirmos pela humanidade, pela fragilidade da vida humana que nos deixa indefesos frente a uma ameaço invisível. Daqui uns dias teremos consequências permanentes dessa ameaço que vão nos forçar a mudar muito mais na nossa rotina. É um tema sério, é um momento muito sério. Precisamos pensar no lado humano, concordar iniciativas porquê a renda básica de emergência (que já foi aprovada), precisamos concordar os comerciantes locais que estão suando para se manter, precisamos olhar com desvelo para a nossa faxineira, que não poderá vir, mas que a gente pode continuar pagando para que ela se cuide.

Invista em você, invista nas pessoas. O resto a gente consegue apropriar.

Vou deixar cá um vídeo onde falei de algumas dessas coisas e do padrão de trabalho de confinamento office, ele é um pouco dissemelhante do home office.

Eu palato de vocês. Fiquem em moradia.



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