iPhone ‘sem carregador’ tem bandeira ecológica, mas sucesso de meta é difícil – Link

Please enable / Bitte aktiviere JavaScript!
Veuillez activer / Por favor activa el Javascript![ ? ]

Receba os artigos diretamente no seu email


iPhone ‘sem carregador’ tem bandeira ecológica, mas sucesso de meta é difícil - Link 1


Caixinha. A partir de agora, todos os iPhones vendidos oficialmente pela Apple – incluindo modelos antigos, como XR e SE – não terão carregador nem fone de ouvido em suas caixas

Caixinha. A partir de agora, todos os iPhones vendidos oficialmente pela Apple – incluindo modelos antigos, porquê XR e SE – não terão carregador nem fone de ouvido em suas caixas

Porquê acontece todo ano, a chegada de um novo iPhone fez muito estrondo em 2020. Mas desta vez, apesar da introdução da conectividade 5G nos aparelhos, foi uma escassez que chamou a atenção. Pela primeira vez, a Apple vai vender o smartphone sem o carregador e os fones de ouvido – acessórios que acompanham o celular desde 2007. A medida também vale para aparelhos antigos, porquê o iPhone XR e o SE 2020, mas que estejam sendo comprados agora. A justificativa veio embrulhada num exposição sustentável e causou polêmica nas redes sociais, com muita gente reclamando da premência de comprar um carregador à secção, vendido no País por R$ 200. 

Embora o histórico recente da Apple levante suspeitas, o que já se pode ver é que a decisão pode originar um impacto irreversível no mercado de smartphones, ainda que o sucesso ‘verdejante’ não seja fácil de se entender. Segundo a Apple, existem hoje mais de 2 bilhões de carregadores de iPhone no mundo. Muitos deles estão nas mãos de usuários que trocam de aparelho da marca continuamente. Na visão da empresa, todos poderiam ser reutilizados com os novos celulares – na caixa do iPhone 12, virá somente um cabo Lightning/USB-C, o mesmo vendido com o iPhone 11. 

Assim, a empresa poderia reduzir a produção de carregadores, diminuindo seu impacto na mineração e nas emissões de carbono. De quebra, a operário de Cupertino também tentaria baixar a quantidade de lixo eletrônico no mundo – mas a medida pode mudar pouco a questão. 

Segundo o relatório E-Waster Monitor 2020, feito por diversas instituições e com a participação da ONU, o totalidade de lixo eletrônico produzido em 2019 foi de 53,6 milhões de toneladas. Até 2030, a marca pode chegar a 74 milhões. Mas o peso de carregadores de celular neste totalidade é pequeno: exclusivamente 0,1%, afirmou Ruediger Kuehr, coautor do levantamento, à revista Wired. Levando em conta somente os acessórios da Apple, a marca cairia para 0,05%. 

O histórico da Apple nos últimos anos, porém, deixa incerteza sobre a bandeira ecológica. Em 2012, a empresa trocou o conector de virilidade do iPhone – do cabo de 30 pinos ao Lightning –,  o que tornou obsoletos cabos e acessórios de quatro gerações do celular. Quatro anos depois, foi a vez da remoção da ingressão de fones de ouvido P2. Quem quisesse ouvir música no celular precisava de um adaptador, o que exigiu a geração de um novo inferior. Ou por outra, a mudança impulsionou o mercado de fones de ouvido sem fio, na qual a empresa também surfou com os AirPods, vendidos por valores supra dos R$ 1 milénio. 

Aliás, a decisão da Apple vai contra discussões recentes na indústria de tecnologia para reduzir o lixo eletrônico. Em janeiro, a União Europeia começou um processo para exigir conectores universais dos fabricantes, porquê o USB-C, buscando reduzir a compra de novos carregadores e cabos. “Nesse paisagem, a Apple não aderiu, uma vez que manteve o formato proprietário Lightning nos aparelhos, em vez de usar o USB-C”, diz Renato Franzin, professor da USP. 

Puxando a fileira  

No primeiro momento, o movimento da Apple abre oportunidades para outros fabricantes. A chinesa Xiaomi, por exemplo, lançou um carregador harmonizável com o iPhone por US$ 5 nos EUA – lá, o da Apple custa US$ 19. Concorrentes no mercado de smartphones, por sua vez, devem usar a presença de carregadores nos seus aparelhos porquê instrumento de marketing. Não é...

um pouco inédito: ao longo da dez, a incompatibilidade da Apple com o sistema Flash ou mesmo a já citada ingressão de fone de ouvido também foram usados porquê tática por rivais. 

Com preço de R$ 199, o carregador não acompanha o cabo de conexão

Com preço de R$ 199, o carregador não acompanha o cabo de conexão

Mas passada a vaga inicial, é provável que a situação mude. “Acredito que (a falta dos carregadores) é um movimento que chegará a outros fabricantes”, diz Tereza Cristina Roble, membro do IEEE e professora de sustentabilidade e tecnologia na USP. Historicamente, é isso o que acontece com a Apple. 

Quando a empresa abandonou a ingressão para fones ou adotou o entalhe para a câmera frontal, os concorrentes primeiro fizeram piada e depois seguiram os passos. Dessa forma, o impacto no meio envolvente poderia ser maior.Já circulam rumores na prelo da Coreia do Sul de que o próximo celular da família Galaxy S, a ser lançado em 2021 pela Samsung, deve vir sem o carregador e os fones. A empresa não comentou a notícia.

O término dos carregadores porquê inferior de celular pode ser exclusivamente o primeiro passo de um projeto ainda maior. “Tenho a sensação de que a Apple está fazendo um movimento em direção ao carregamento sem fio, o que seria realmente sustentável”, diz Tereza. Carregadores sem fio consomem mais virilidade do que os carregadores tradicionais, mas ela afirma que um único carregador sem fio para uma única lar, com vários donos de iPhone, poderia ter saldo positivo para o meio envolvente. 

Desde 2017, os iPhones têm suporte a tecnologia de carregamento sem fio. Porém, com o iPhone 12, a empresa dobrou a aposta. Os aparelhos contam agora com tecnologia MagSafe, que permite carregamento sem fio de 15 Watts, inédito no mercado, além do carregamento de outros equipamentos, porquê o Apple Watch. “O caminho do iPhone é se tornar um aparelho monolítico, sem nenhum tipo de orifício”, diz Franzin. Dessa maneira, segundo ele, a Apple poderia turbinar seus programas de logística reversa ao receber com exclusividade iPhones antigos. “Isso sim seria sustentável”, afirma o professor da USP. 

E o consumidor, porquê fica?   

Apesar do movimento aparentemente sustentável, ainda ficaram dúvidas sobre o quanto a decisão pode ser prejudicial para o consumidor. Nos EUA, o preço do iPhone não caiu mesmo com a carência dos componentes e com a redução de embalagem. “Estimo que o preço de produção de um carregador seja de US$ 3 a US$ 5, não faria sentido esse repasse”, diz Tereza. Para Franzin, a “Apple poderia discutir também que incluiu componentes e tecnologias mais caras, logo uma coisa compensaria a outra.” 

A atitude da empresa, porém, levanta dúvidas sobre venda casada – prática que é vedada pelo Código de Resguardo do Consumidor brasiliano e várias outras leis consumeristas no exterior. Finalmente, é preciso comprar um carregador para usar o celular, não é mesmo? Cá no Brasil, o Procon de São Paulo decidiu notificar a empresa, que tem até o dia 10 para se pronunciar. 

“Tenho somente uma pergunta para a Apple: os novos iPhones precisarão de um carregador específico, mesmo que fabricado por terceiros? Isso poderia configurar uma venda casada”, explica Fernando Capez, diretor executivo do órgão. A tese, porém, não deve prosperar, oferecido que carregadores USB-C são universais e funcionam com o cabo ofertado pela Apple. Mas o movimento se justifica, oferecido que o inferior custa R$ 200 no País – a atual cotação do dólar é cruel com o bolso do brasiliano.  

Outra preocupação seria o impacto da escassez do carregador na revenda de iPhones, mas há quem afirme que esse efeito é reduzido. “Há quatro anos, as pessoas se importavam em comprar um celular usado com seu carregador original, mas isso mudou”, explica Guille Freire, fundador da Trocafone, startup que compra e vende smartphones de segunda mão. Segundo ele, 80% dos clientes do site não compram carregadores. “Fomos investigar esses clientes e descobrimos que a principal desculpa para o comportamento é que eles preferem usar carregadores antigos”, diz, reforçando a tese da Apple. 





Fonte