Ensino do dedo, instrumento para consumir texto online

O sociólogo galicismo Pierre Lévy costuma expressar que o leitor no ciberespaço tem uma ura mais “ativa” que o leitor em papel, pois participa, comenta, se informa, contesta, compartilha e também produz texto. Esse novo “poder” do leitor aumenta sua capacidade de decisão sobre o que, quando e onde consumir informação.

Os problemas começam aí. O volume de informações é tão gigantesco que é difícil identificar o que é realmente correto e verdadeiro, alerta Lévy. Estamos expostos a conteúdos manipulados, notícias falsas, boatos e trolls (provocações com objetivo de desestabilizar comunidades online), mas nem sempre temos a capacidade de perceber isso, e acabamos multiplicando a quantidade de bobagens e mentiras na internet.

O vestimenta é que, porquê a internet é livre e não há ninguém para controlar a verdade do que se publica ou não online, cabe ao próprio usuário a responsabilidade de separar conteúdos coerentes e corretos dos que são pura manipulação. Mas e se esse usuário tem limitadas capacidades de discrição, ingressão à cultura, visão sátira?

O recém-lançado Marco Social da Internet no Brasil tem porquê fundamento que a internet deve prover ingressão à informação e ao conhecimento. “Mas informação verdadeira, não manipulada”, alerta a advogada Juliana Abrusio, especializada em recta do dedo. “Uma vez que as informações sejam manipuladas na internet, nenhuma outra mídia dá conta de desmenti-las”, avalia. Mormente porque a velocidade com que as coisas se propagam online é incontrolável.

O grande nó da questão parece ser o porquê prometer que os conteúdos online sejam verdadeiros. Enfim, treinar qualquer controle pode ser encarado porquê exprobação — quem controlaria? Os Governos? ONGs? Sociedade social organizada? Porquê prometer que a visão dessas instituições é adequada para expor o que é evidente ou inexacto?

Contra a ignorância do dedo — Melhor seria hostilizar o problema aprendendo a se tutelar dele. É o que Juliana Abrusio labareda de “resguardo pátrio conta a ignorância do dedo”. Para ela, escolas deveriam oferecer, nos currículos, ensino do dedo. Jovens dos ensinos fundamental e médio aprenderiam a pesquisar conteúdos na internet com olhar mais melindroso e comparativo, percebendo quando a informação é manipulada para conduzir a determinada tradução, e entenderiam os riscos de superexposição de assuntos pessoais, tendo mais desvelo com suas agens em redes sociais, por exemplo.

“O mundo do dedo não é um mundo à troço das nossas vidas cotidianas. Mas muita gente ainda age porquê se fosse, usando as redes sociais de maneira equivocada e às vezes antiética ou até perigosa para sua própria reputação”, analisa Juliana. E olha que isso não é só coisa de jovem, não.

Em um dos capítulos do primeiro livro que tenta deslindar os meandros do Marco Social da Internet, publicado pela Editora Revista dos Tribunais, a advogada faz uma série de alertas sobre manipulação. Já que a internet ocupa espaço marcante na vida de crianças e jovens, moldando sua forma de se relacionar com o mundo e aprender, seria fundamental que eles entendessem porquê funcionam seus mecanismos, para que não se tornem reféns fáceis de conteúdos não confiáveis. Ao saber, por exemplo, que há modos de enganar os mecanismos de procura para figurar no topo da lista de resultados de uma pesquisa no Google, poderiam ter consciência de que os links mais lidos ou mais curtidos não são necessariamente os melhores, de texto justo ou verdadeiro.

A verdade é que de zero adianta um marco social regulamentando a internet se os usuários não souberem usá-la.

 

 

 

 

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Com informações de (Nascente):Mídias Sociais