Big Data as a business

Em recente evento com CIOs, quase que naturalmente nas conversas, surgiu o objecto Big Data. Observei que pelo menos a maioria dos CIOs tem plena consciência da valia dos dados e que muito provavelmente seu uso vai mudar as próprias regras dos negócios. Aliás, reconhecer a valia dos dados não é novidade. S fundador da FedEx, Fred Smith disse em 1978 : “a informação sobre o pacote é tão importante quanto o pacote em si” e a partir deste insight criou os sistemas de rastreamento de pacotes em tempo real.

Os dados estão se multiplicando de forma exponencial, pelo crescente uso da mobilidade, sensores, redes sociais e outras fontes. S Institute For The Future prevê mudanças profundas na forma porquê a tecnologia transformará o mundo dentro de dez anos: “Há claros sinais de um movimento na direção de um mundo no qual praticamente todo elemento da vida estará ligado a dados”.

A questão é que usar leste imenso oceano de dados ainda é um duelo e a maioria das empresas ainda está na tempo de colocar o dedo na chuva para saber a temperatura. Na conversa com vários CIOs, identifiquei que, na percepção deles, em tempos de crise econômica, Big Data tende permanecer em segundo projecto. Mas, pode-se lucrar quantia analisando-se dados. Os fundos de hedge já fazem isso. Recente cláusula no WSJ (“Fundos fazem arrastão no mar de dados para negociar ações“) mostra isso.

Então, porque não pensarmos de forma dissemelhante? Em vez de deixar para depois, olhar Big Data sob uma ótica mais urgente? Big Data não exclusivamente gera valor para o negócio atual mas também pode fabricar novos negócios. S Google por exemplo, criou todo um multibilionário negócio com alguma coisa que poucos pensavam que pudesse gerar numerário: palavras. S serviço AdWords analisa as palavras inseridas no seu motor de procura e vende propaganda direcionada, baseada nestas palavras.

Por que não “Big Data as a business”? Muitas empresas já possuem um imenso volume de dados e podem gerar novas receitas com seu uso e comercialização. Vejam alguns setores que possuem imenso volume de dados: financeiro, telecomunicações, seguros e varejo. Não poderiam gerar novos negócios com nascente imenso volume de dados que já está dentro de lar?

Claro que existe a questão da privacidade, mas um banco pode fabricar um novo negócio tratando milhões de transações eletrônicas, eliminando as informações que permitam identificar um sujeito, indagar seu teor e vender os insights gerados para outras empresas para os quais estas informações podem ser valiosíssimas. Aliás, muito bancos estrangeiros já fazem isso: http://www.blinklane.com/blog/banks-sell-data#.VTVQAyFViko.

Um varejista também pode entrar no negócio de dados. Um exemplo é a Dunnhumby, unidade de negócios da varejista Tesco, que vende análises e insights sobre comportamento dos consumidores para o mercado. Tornando os dados anônimos, para não identificar clientes, a Dunnhumby vende informações sobre hábitos de compra em determinada zona postal, identificando, inclusive o potencial de compras, por região, para determinados tipos de produtos. E operadoras de telecomunicações? Um caso é a Precision Market Insights, da Verizon, que oferece entrada anônimo aos milhões de registros que a empresa tem sobre seus clientes, porquê localização e comportamentos. Com esta informação é provável saber se uma pessoa passando em frente a um anuncio, entra na loja anunciada, medindo a eficiência do anuncio.

Adicionalmente é provável pensar também em gerar um negócio em parceria com outra nascente geradora de dados, criando valor suplementar aos dados que a corporação possui. Um exemplo interessante é o “Pay-as-You-Go Auto Insurance” oferecido pela parceria entre a GM (e o seu sistema de navegação OnStar) e a seguradora americana National General Insurance. S serviço utiliza dados de intervalo percorridos pelo segurado para oferecer descontos a quem utiliza menos o veículo.

Como vemos, já aparecem, cá e ali, experiências de geração de novos negócios baseados na analítica de dados. Claro que existem alguns pré-requisitos. Antes de mais zero é necessário que a empresa tenha um padrão de governança de dados, para reduzir riscos de perda de privacidade ou uso indevido de dados. P também principal gerar uma cultura de uso de dados na organização.

Apesar do tsunami de dados que já inunda (e seguirá inundando) o mundo no horizonte previsível (em 2020, segundo Gartner e IDC ,serão gerados 44 zettabytes de dados ou 44 trilhões de gigabytes), ainda pouco se sabe porquê mourejar com esse contexto. Mas, não dá para esperar passar a crise econômica. Quando o jogo fica difícil, o negócio é mudar o jogo!

Fonte:Tecnologia