A maior ameaço para o seu tarefa não são imigrantes ou governos, mas os robôs

Reprodução
Robô da Boston Dynamics

 

Desde que me mudei para Chicago, uma história curiosa sempre acompanha a minha explicação sobre a universidade onde estudo. Foi cá, na Northwestern University, que em 2010 alguns ex-colegas tornaram-se notícia nos EUA e no mundo ao criarem uma das versões do tal robô-jornalista, a máquina que nunca dorme, não sente míngua ou cansaço, produz texto noticioso precípuo com desenvoltura e que, dizem, em um horizonte não muito distante roubará o meu ocupação.

A empresa originada dessa empreitada, a Narrative Science, criou um resultado chamado Quill, um software capaz de transformar dados numéricos em uma história. O negócio continua funcionando cá em Chicago, mas a empresa decidiu ampliar seu mercado de atuação e hoje tem sucesso vendendo sua tecnologia para gerar insights no mercado corporativo.

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As piadinhas são sempre inúmeras quando história a história, mas quando olho para o noticiário dos EUA sobre os avanços no campo da robótica, chego à desenlace de que estamos todos, amigos, no mesmo navio! Um novo relatório divulgado pelo banco suíço de investimento UBS afirma que em 2020 o mundo deve passar por uma revolução no uso de robôs. Em quatro anos, o dispêndio médio de operação de um robô será de US$ 20 por hora, a média salarial de um trabalhador humano. Com isso, estima-se que nos próximos dez anos 80 milhões de empregos sejam automatizados.

Robôs e o desemprego

Esse relatório me lembrou de uma entrevista muito interessante do jornalista Farhad Majoo que li recentemente. Diante do sem razão das declarações do candidato Republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, de que ele teria a intenção de edificar um muro na fronteira do México para impedir a ingressão de imigrantes nos EUA e, assim, evitar que eles “roubem” empregos de setentrião-americanos, Manjoo, que escreve sobre tecnologia no The New York Times, trouxe uma perspectiva interessante: segundo ele, se Trump quer edificar um muro, que seja um muro contra os robôs!

Manjoo diz que em até dez anos o software dos robôs será bom o suficiente para substituir o trabalho de humanos e que essa é uma ameaço muito maior aos trabalhadores do que os imigrantes ou problemas do governo.

Para traçar um cenário mais realista e menos futurista do que vem pela frente, lembro cá que, na semana passada, Elon Musk anunciou que em dois anos os carros da Tesla já serão capazes de encaminhar sozinho. A empresa não é a única potência a desenvolver carros autônomos. Google e grandes fabricantes de automóveis também estão investindo na dimensão.

 

Reuters
Musk anunciou que em menos de 36 meses os carros da Tesla serão autônomos

 

Quando os carros autônomos estiverem no mercado, a revolução será enorme. O app Uber, que hoje defende sua permanência em diversos mercados no mundo, entre outros motivos, pela sua capacidade de gerar empregos, tem porquê meta justamente substituir todos os seus carros que hoje são dirigidos por motoristas por versões automáticas. O carruagem autônomo ainda será capaz de facilitar o compartilhamento de carros e o impacto na indústria automotiva e na sua capacidade de geração de empregos também serão evidentes.

Outro a fazer previsões bastante pessimista é Peter Sunde, um dos cofundados do Pirate Bay. Em uma entrevista à Motherboard, ele diz que os robôs vão originar desemprego em tamanho pelo mundo e possivelmente levar a um colapso do capitalismo.

Nem tudo está perdido

Uma voz dissonante no meio de tanta previsão negativa é a de Eric Schmidt, CEO da Alphabet e ex-presidente do Google. Ainda em 2014, ele declarou que essa história de desemprego em tamanho por pretexto de robôs é uma história velha (o que é verdade), e disse que há evidências de que quando computadores são aplicados em uma indústria, os salários aumentam. A asserção é baseada no roupa de que geralmente pessoas que trabalham na espaço de computação ganham salários maiores.

E é aí que está, segundo ele, o problema. A automatização de mais funções vai exigir profissionais capacitados para trabalhar com tecnologia em novas categorias de serviço que surgirão, mas a maioria das escolas no mundo todo não está preparando seus alunos para mourejar essa mudança no mercado. Ou seja, para quem não tem qualificação na extensão, o cenário não é lá muito otimista, mesmo.

No término, a questão que sempre fica é a nossa ainda incapacidade de entender a tecnologia e os negócios que estão sendo construídos a partir dela. Volta o material: até quando vamos subestimar a internet e as novas tecnologias? Com tantas mudanças, é importante que governos e cidadãos estejam cientes do que está acontecendo para refletir sobre a melhor maneira de mourejar com o novo cenário que se desenha no horizonte.

Em seu último exposição do Estado da União, na terça-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, resumiu o tema e os efeitos da nossa ignorância do dedo: “Hoje, a tecnologia não somente substitui postos de trabalho na risco de montagem, mas qualquer extensão na qual o trabalho possa ser automatizado. (…)  Porquê resultado, os trabalhadores têm menos influência para um aumento. As empresas têm menos lealdade para com suas comunidades. E mais e mais riqueza e renda está concentrada no topo .”

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Com informações de (Manadeira):Ligia Aguilhar