A Apple está certa: o horizonte do áudio é sem fio
A Apple causou ira ao anunciar, na semana passada, a extinção da ingressão de fone de ouvido no novo iPhone 7. A empresa declarou que a antiga tecnologia é obsoleta e lançou novos fones (AirPods) sem fio que se conectam com o smartophone por Bluetooth.
O superior preço, a dificuldade de usar qualquer outro fone com o aparelho da Apple e a facilidade de perder os AirPods geraram muitas críticas.
Os novos fones da Apple não acompanham o aparelho de fábrica. Quem quiser usá-los terá que comprar o subalterno separadamente por US$ 149 nos EUA e incríveis R$ 1,4 milénio no Brasil. Caso contrário, as opções são usar um adaptador para fones tradicionais ou se contentar com o fone que virá com o aparelho, uma novidade versão do padrão com fio que se conecta ao iPhone pela mesma ingressão (Lightning) usada para carregar o celular.
Essa solução é absurda para algumas pessoas, já que não é provável usar os fones e carregar o aparelho ao mesmo tempo.
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A ira contra os novos fones da Apple têm fundamento. Quem se importa com qualidade de som quer escolher os melhores fones para ouvir música (e os fones da Apple estão longe de ser a primeira opção para quem prioriza qualidade de áudio).
Quem investiu em um fone de ouvido de padrão mais avançado nos últimos tempos, seja por qualidade ou tendência, quer usar seus fones em qualquer aparelho.
Mormente em um mercado porquê o brasiliano, a exigência de um fone que custa R$ 1,4 milénio é praticamente um desrespeito.
Eu não gastaria esse valor em fones que eu posso perder facilmente, apesar de, porquê boa viciada em podcast, reconhecer que a conexão por Bluetooth tornaria muito mais fácil ouvir os podcasts que eu palato enquanto me movimento pela moradia – ou quando quero ser discreta e não exibir meu aparelho enquanto ando pela rua.
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O outro lado
Por outro lado, não é um contra-siso o que a Apple está fazendo. O horizonte do som é sem fio. E não é de hoje que se fala nisso. Tampouco a Apple é a primeira empresa a cometer tal ousadia.
A empresa chinesa LeEco lançou em abril três smartphones sem ingressão para fone de ouvido. O novo Moto Z, anunciado em junho, também não aceita fones com fio. A diferença é que a Apple dificulta a vida dos usuários com um sistema proprietário, o conector Lightining, em vez do Micro USB ou USB-C, usados pelas demais marcas.
A venda de fones Bluetooth superou em receita a venda de fones com fio pela primeira vez em junho, de tratado com a consultoria NPD. Fones Bluetooth foram responsáveis por 54% dos dólares obtidos com a venda de fones de ouvido e 17% das vendas em unidade nos EUA.
Em 2015, áudio sem fio foi um dos principais temas da Consumer Electronics Show (CES), um dos eventos mais importantes da extensão de tecnologia.
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A estratégia de ser a melhor, não a primeira
Há anos outras marcas lançam smartphones com configurações mais avançadas do que as do iPhone e o mercado já estava inundado de relógios inteligentes quando a Apple lançou o AppleWatch. Apesar disso, tudo que a empresa faz costuma servir de parâmetro para o mercado. Portanto, podemos esperar que muitas outras companhias vão “matar” a ingressão de fone de ouvido dos seus aparelhos em breve.
Há ainda outro fator importante. Eu já falei cá sobre chatbots e lucidez sintético algumas vezes. Áudio e vídeo estão se tornando cada vez mais importantes. Estamos caminhando para um horizonte no qual você pode chegar em mansão e pedir para a sua assistente virtual racontar quais são as principais notícias do dia ou checar a previsão do tempo.
A Apple facilitou a interação com sua assistente virtual, a Siri, pelos novos AirPods. E a empresa acaba de furar a API da Siri para desenvolvedores criarem aplicativos baseados na assistente e que poderão ser acessados por voz. Interagir com esses aplicativos sem ter que usar um fone com fio e estar grudado com o celular é muito mais fácil.
A Apple também parece caminhar para um horizonte menos dependente dos iPhones. Os fones sem fio caem muito com o AppleWatch, que ainda não pegou, mas pode tornar-se mais atrativo se incorporar as funções de chamada de um smartphone (alguma coisa provável com os novos fones).
Você pode não gostar da Apple ou da forma porquê a empresa conduz suas modificações. Comprar ou não um aparelho da marca e estar sujeito às mudanças de padrões é sua escolha, mas fones sem fio devem tornar-se a norma, e não a opção, em um horizonte breve.
P.S. O BuzzFeed fez uma ótima reportagem (em inglês) sobre os bastidores do desenvolvimento do novo iPhone 7 e conversou com executivos da empresa para entender a decisão de retirar a ingressão de fones de ouvido do aparelho. Vale a leitura para saber mais detalhes sobre a mudança.
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Com informações de (Nascente):Ligia Aguilhar